Quando a exposição na internet passa do limite
Conheça os riscos do excesso de publicações nas redes sociais e aprenda a usá-las de forma consciente
Você
é uma daquelas pessoas que publicam toda ação que realiza em seu dia
nas redes sociais? Faz postagens sobre cada passo ou divulga muitas
imagens pessoais? Talvez sua resposta seja não, mas certamente você
conhece alguém que costuma expor a vida inteira (ou quase) na internet,
muitas vezes até de forma ingênua.
Publicar
tudo o que acontece na sua rotina pode trazer prejuízos para o
relacionamento, o trabalho e a integridade física. Isso porque
atualmente existem cada vez mais bandidos especializados em criar
dossiês por meio de páginas dos usuários nas redes sociais. Pessoas
mal-intencionadas conseguem saber os lugares que você costuma
frequentar, seus planos para o fim de semana, dados sobre sua família,
entre outras informações que colocam sua segurança em risco.
Não
é de hoje que o excesso de exposição na internet envolve crianças,
jovens e adolescentes. Em 2010, por exemplo, uma quadrilha sequestrou
uma jovem de 19 anos em Ilha Comprida, no litoral sul paulista, depois
de observar fotos, veículos pessoais, passeios que fazia e outros sinais
que indicavam sua condição financeira. Tudo serviu de informação para
os bandidos que planejaram o crime.
Um caso parecido aconteceu em junho de 2014, quando um menino de 9 anos, filho de um casal de empresários de Ilhota, em Santa Catarina, também foi sequestrado. A história repercutiu na imprensa quando um dos criminosos admitiu publicamente a facilidade de saber da rotina da criança por meio do seu perfil no Facebook. Apesar da pouca idade, ele mantinha uma página em seu nome, que mostrava desde a escola onde estudava até imagens dos bens que a família possuía.
Um caso parecido aconteceu em junho de 2014, quando um menino de 9 anos, filho de um casal de empresários de Ilhota, em Santa Catarina, também foi sequestrado. A história repercutiu na imprensa quando um dos criminosos admitiu publicamente a facilidade de saber da rotina da criança por meio do seu perfil no Facebook. Apesar da pouca idade, ele mantinha uma página em seu nome, que mostrava desde a escola onde estudava até imagens dos bens que a família possuía.
Com
casos desse tipo acontecendo o tempo todo, por que muitos continuam se
expondo nas redes sociais como se colocassem suas vidas em um outdoor? E
como saber o limite dessa exposição? Não há uma fórmula, mas a advogada
Adriana de Moraes Cansian, especialista em direito digital e
eletrônico, diz que o limite é o mesmo da vida real. “Todos os valores
que orientam uma pessoa devem ser levados para o universo digital. Por
exemplo, se você não conta detalhes da sua vida pessoal para um
estranho, por que fazer isso na internet, sendo que alguém que você
nunca viu vai acabar lendo?”, indaga.
O que motiva esse comportamento?
Durante
a navegação na internet, o usuário fica em um processo de imersão, como
se estivesse em um sonho. Com isso, acaba expressando desejos que na
vida pessoal pensaria muitas vezes antes de demonstrar. O professor
Nelson Pedro Silva, docente de psicologia da Universidade Estadual
Paulista (Unesp), destaca que não há pesquisas científicas que indiquem
as características de quem se expõe demais na internet, mas é possível
observar que a maioria aprendeu a se relacionar com o mundo de forma
virtual. “Contudo, a intenção dessa pessoa não é buscar a
problematização de sua vida, o autoconhecimento, mas a confirmação de
suas convicções e ser objeto do olhar alheio”, explica.
O
psiquiatra Eduardo Guedes, diretor do Instituto Delete, órgão vinculado
à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esclarece que falar de
si próprio gera um prazer equivalente ao de se alimentar, ganhar
dinheiro, dormir ou se relacionar sexualmente. “Em uma conversa formal,
as pessoas falam de si cerca de 30% do tempo, enquanto nas redes sociais
este índice sobe para 90%, com possibilidade de um feedback imediato.
Isso gera inconscientemente uma sensação de prazer instantâneo, mas não
sustentável”, declara.
Para
os especialistas, a vida virtual é diferente da real. Nas redes sociais
não importa quem você é e o que faz, mas o que representa para o mundo
com suas postagens. “Por isso, quem se expõe em excesso não leva em
conta o quanto isso pode lhe prejudicar mais do que quem não age dessa
forma. Ele acha que as consequências serão para todos, mas, na verdade,
serão proporcionais à sua exposição”, completa Nelson.
Relacionamento afetado
O abuso de publicações na internet também pode prejudicar relacionamentos. “Há estudos que mostram que o ciúme é o principal motivo dos desentendimentos, seguido de atualização de status, compartilhamento de fotos, buscas do perfil do ex-companheiro, exposição da vida íntima e ostentação dos bens”, detalha a pedagoga e coach em relacionamentos Sheila Chamecki Rigler, da Par Ideal.
Ela ressalta que é importante que o casal chegue a um consenso quanto ao uso das redes sociais. “Quando for publicar fotos, o outro sempre deve ser consultado. Não faça postagens que envergonhem o companheiro, declarações sobre momentos íntimos e discussões que tiveram”, exemplifica.
O abuso de publicações na internet também pode prejudicar relacionamentos. “Há estudos que mostram que o ciúme é o principal motivo dos desentendimentos, seguido de atualização de status, compartilhamento de fotos, buscas do perfil do ex-companheiro, exposição da vida íntima e ostentação dos bens”, detalha a pedagoga e coach em relacionamentos Sheila Chamecki Rigler, da Par Ideal.
Ela ressalta que é importante que o casal chegue a um consenso quanto ao uso das redes sociais. “Quando for publicar fotos, o outro sempre deve ser consultado. Não faça postagens que envergonhem o companheiro, declarações sobre momentos íntimos e discussões que tiveram”, exemplifica.
A
empresária Marilia Rosa Alves, de 31 anos, administra seu perfil nas
redes sociais de forma consciente. Ela e o marido respeitam o que cada
um divulga, mas dentro dos limites. Apesar de hoje ser comedida em suas
postagens, ela conta que nem sempre foi assim. Há muitos anos desativou
sua conta pessoal no antigo Orkut porque estava muito dependente de suas
publicações. “Naquela época, achei melhor não ter mais rede social,
para não expor demais a minha vida.”
Porém,
o ex-namorado, que não ligava para sua imagem pessoal, publicava
imagens do relacionamento com ela, além de declarações e sinais de que
estava namorando outra pessoa ao mesmo tempo. A verdade veio à tona
quando Marilia acessou a página pessoal dele por meio do perfil de uma
amiga. “Descobri que ele me traía e terminamos tudo.”
A
lembrança ficou para trás, mas o fato de ter visto a traição do
ex-namorado exposta na rede social para todo mundo ver lhe deixou uma
lição. “Antes disso escrevia mais sobre minha vida, gastava muito tempo
com coisas que nada me acrescentavam. Hoje mantenho meu perfil na rede
social, mas avalio antes de compartilhar, porque sei como isso é ruim”,
explica.
Emprego ameaçado
Atualmente, recrutadores de empresas fazem uso das redes sociais para contratar ou dispensar os serviços de determinados candidatos. Rafael Luis Martins, de 28 anos, conta que o mau uso do Facebook lhe trouxe problemas na área profissional. Ele costumava publicar todas as atividades diárias, inclusive postagens que mostravam o fato de estar desempregado. Após uma seleção, soube que o avaliador havia obtido informações nas redes para complementar a entrevista e não o aprovou. “Eu publicava imagens sem conteúdo e de tudo o que fazia. Penso que eles entenderam que eu era uma pessoa que não estava interessada, mas não era isso o que eu queria demonstrar.”
Até possíveis demissões podem acontecer em razão das postagens. Meses depois, Rafael quase passou pelo mesmo problema: ao mesmo tempo que trabalhava em uma loja em um shopping, ele permanecia conectado ao celular, publicando declarações sobre suas atividades. Dias depois, recebeu uma advertência por causa do comportamento. “Eu fazia as postagens enquanto trabalhava, mas, como era com atendimento ao público, isso atrapalhava as minhas vendas”.
Atualmente, recrutadores de empresas fazem uso das redes sociais para contratar ou dispensar os serviços de determinados candidatos. Rafael Luis Martins, de 28 anos, conta que o mau uso do Facebook lhe trouxe problemas na área profissional. Ele costumava publicar todas as atividades diárias, inclusive postagens que mostravam o fato de estar desempregado. Após uma seleção, soube que o avaliador havia obtido informações nas redes para complementar a entrevista e não o aprovou. “Eu publicava imagens sem conteúdo e de tudo o que fazia. Penso que eles entenderam que eu era uma pessoa que não estava interessada, mas não era isso o que eu queria demonstrar.”
Até possíveis demissões podem acontecer em razão das postagens. Meses depois, Rafael quase passou pelo mesmo problema: ao mesmo tempo que trabalhava em uma loja em um shopping, ele permanecia conectado ao celular, publicando declarações sobre suas atividades. Dias depois, recebeu uma advertência por causa do comportamento. “Eu fazia as postagens enquanto trabalhava, mas, como era com atendimento ao público, isso atrapalhava as minhas vendas”.
Atualmente,
ele se considera consciente quando faz suas publicações. “Marcar tudo o
que você faz ou deixa de fazer na internet realmente não acrescenta
nada e pode estragar seus planos.”
A
coach Sheila Rigler informa que não se deve usar as redes para
criticar, reclamar ou fazer comentários abusivos relacionados ao
trabalho. “Lembre-se de que esse ato é permanente e cheio de riscos, por
isso, é preciso uma dose extra de atenção.”
Uso com moderação
É
importante pensar se o seu comportamento virtual está sendo igual ao da
vida particular e se o que pretende divulgar é de fato aquilo que
gostaria que as pessoas soubessem sobre você. “Aquilo que divulgamos
nunca desaparecerá por completo da internet e até quem não conhecemos
verá nossas publicações”, ressalta a advogada Adriana Moraes.
Isso
não significa que a partir de agora você deve ter um comportamento
censurado na internet. Pelo contrário, é preciso prezar pela liberdade
individual, mas estar consciente de que sua exposição pode trazer também
malefícios. “A pessoa não deve ser culpada por essa exposição, mas,
como as consequências são pessoais, podem ser evitadas para não serem
prejudiciais”, justifica o professor Nelson Pedro.
Portanto,
evite postar imagens e publicações que indiquem sinais particulares de
sua vida pessoal e de sua família. Revise também sua privacidade na rede
social, alterando a configuração para que apenas amigos acessem a sua
página. Claro que isso não é suficiente e é preciso que você filtre tudo
o que deseja compartilhar. Mas ao ter bem definido o que pode se tornar
público e o que deve ser restrito à intimidade você irá usar as redes
sociais com equilíbrio e não como se sua vida fosse um reality show.
Cartilha de segurança
Com
o objetivo de preparar a população para o uso adequado das redes
sociais, a Comissão de Direito Eletrônico e Crimes de Alta Tecnologia da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) lançou a cartilha “Recomendações
e boas práticas para o uso seguro das redes sociais por toda a
família”.
A
publicação traz dicas importantes para evitar comportamentos
inadequados, demonstra como configurar todas as redes sociais e trata
também da liberdade de expressão. Em dicas de segurança, há informações
de como bandidos se utilizam dos meios eletrônicos para promover ações
criminosas e o que você pode fazer para usar o perfil de forma
consciente. De acordo com a OAB-SP, a cartilha será propagada
eletronicamente para escolas, empresas e demais instituições, com o
objetivo de chegar ao conhecimento de usuários de todas as idades.
Com a Folha UNIVERSAL é realizado um projeto para os internos da Fundação CASA.
Projeto Folha UNIVERSAL na Fundação CASA
Com a Folha UNIVERSAL é realizado um projeto para os internos da Fundação CASA.
Esta
dinâmica é feita nas Unidades da Fundação Casa de São Paulo, com a
orientação dos técnicos da Fundação Casa e Obreiros da IURD.
Pastor Geraldo Vilhena (Coordenador de evangelização em Unidades da Fundação Casa de São Paulo)
IURD NA FUNDAÇÃO CASA PERGUNTA:Qual a importância da Folha Universal nesta dinâmica?
Pastor
Geraldo Vilhena responde: A Folha Universal é rica em diversas
informações que edifica os jovens internos e famílias na parte
espiritual e social.
IURD NA FUNDAÇÃO CASA PERGUNTA: Por que edifica na área espiritual?
Pastor
Geraldo Vilhena responde: Por que os jovens tem informações de varias
mensagens dos Bispos e pastores e também aos testemunhos de
transformação de vida
IURD NA FUNDAÇÃO CASA O senhor tem observado mudanças?
Pastor
Geraldo Vilhena responde: Sim depois da implantação deste projeto os
jovens internos tiveram mais interesse pela leitura. Tendo como
conseqüência um grande crescimento espiritual e educacional na vida dos
jovens da Fundação Casa.
Projeto Folha UNIVERSAL na Fundação CASA
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